A França não é alheia a agitações civis e greves por causa das reformas das pensões. O sistema de pensões francês baseia-se num sistema de repartição. No passado, houve vários protestos relacionados com as pensões em França. Em 2010, apesar de um vasto leque de protestos, o governo aumentou a idade da reforma de 60 para 62 anos. Os protestos mais recentes ocorreram em 2019, quando o governo propôs uma reforma destinada a criar um sistema de pensões universal. Os protestos duraram semanas e o projeto de lei foi arquivado devido à pandemia de COVID-19. 

A primeira greve nacional contra o projeto de lei do Presidente Emannuel Macron de aumentar a idade da reforma de 62 para 64 anos teve lugar em 19 de janeiro de 2023. Desde então, tanto os sindicatos como o governo não conseguiram chegar a uma solução mutuamente aceite. Esta situação levou a mais 10 dias de greve nacional ao longo dos últimos meses, o último dos quais em 6 de abril de 2023. Desde janeiro, estes protestos têm dificultado as deslocações, tanto por via aérea como ferroviária. Os controladores aéreos franceses realizaram mais de 30 dias de greve, o que levou ao cancelamento de milhares de voos. As companhias aéreas, incluindo a Ryanair e a EasyJet, apelaram à Comissão Europeia para que intervenha na situação francesa. 

Após a primeira vaga de greves e protestos, o Governo utilizou o n.º 3 do artigo 49.º da Constituição francesa para fazer passar o projeto de lei no Parlamento. Este artigo permite ao governo aprovar um projeto de lei sem votação, a menos que haja um voto de desconfiança. Apesar de duas votações de não-confiança falhadas, o projeto de lei foi aprovado. Este facto deu origem a mais greves e a um aumento da violência durante os protestos. 

Os protestos contra as pensões em França têm sido um acontecimento recorrente ao longo dos anos, com ambos os lados a obterem algumas vitórias. Há sinais de que o atual movimento de protesto começa a perder força, nomeadamente a diminuição do número de pessoas nas ruas. O veredito final será revelado a 14 de abril pelo Conselho Constitucional, que poderá negar partes do projeto de lei ou o projeto de lei no seu todo. 

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